sábado, 8 de agosto de 2015

conto veloz de OUTONO



Um boteco da Rebouças e um outro no baixo Augusta
Você não disse nada e quis ficar perto
                

Meu copo de cerveja é o mesmo que o seu

A tua orelha é minha boca num beijo lento
E a tua boca e língua molhadas depois de um gole de cerveja (no nosso copo) vêm feito nave procurando pouso.

Eu me afasto,
Acendo outro cigarro e fico reparando teu brinco.
Enquanto você segura a minha mão e olha pra onde eu não sei.

No momento eu até imaginei que você tenha contemplado o NADA

Só imaginei isto porque o NADA é tão atraente quanto o brinco que você tem na parte superior da orelha

Um clima de calmaria, como se fôssemos cais e velhas companhias um do outro,

Naquele momento, não era necessário dizer nada
Pedir nada;
Se despedir ou falar pra ficar um pouco mais
Isso seria um tiro no vitral daquele momento
Instantes que boiavam no lago dos desejos tranquilos
O único ato cabível de minha parte era
Apenas apoiar tua cabeça no meu ombro
Com a impressão de que não existia tempo capaz de correr
Enquanto sua atitude era a de fechar os olhos e vira-se querendo mais um beijo
Como se quisesse ter certeza de que ficaria ali presente
                                                                                                                                   

...Era tudo calmo, inclusive os teus olhos de sono.