quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Pela ótica da felicidade


Melancólico eu...?
"A vida é apenas um rastro"


A princípio, me pareceu sorumbática e deprimente essa resolução, no entanto, de um confuso modo, essa afirmação traz um viés de felicidade.
Obliquamente essa idéia me apresenta a vida de uma maneira irresponsável, racional, amorosa, fácil...

e me obriga  a pensar que o viver ( desgastante às vezes ) é naturalmente um elemento favorável à liberdade.
( amorosa ) amor meus caros, até hoje é a única coisa que nos mantêm rindo e bebendo pelas noites a dentro.

O homem ainda é o mesmo cabaço de outrora


"É de ficar de queixo caído com a sensibilidade das coelhinhas " – Pensei.


De alguns dias pra este, eu, um exemplar perfeito do gênero masculino (homo sapiens) combatente ferrenho da monogamia piegas, tive que reeditar (um diálogo latente, que me cutuca desde os meus 14 anos de vida) meus conceitos (preconceitos) sobre um questionamento demasiadamente complexo que envolve machos e fêmeas, e até hoje perpetua-se na cultura ocidental numa forma poética e quase que divina para nós humanos machos.

"O Romance" - é essa a embalagem mais conhecida da relação entre homem e mulher.

Ao passo que vamos debulhar o assunto referido, veremos que o ser masculino por increça que parível se deixa resumir pelo desejo de apenas uma mulher (o que não significa que o caboclo não possa dar amor ou desejar também outra(s) costela(s) de Adão) e pela idéia ilusória de que a Mariazinha, por ter um aspecto suave e recatado é um ser incapaz de traí-lo ou renegá-lo.

Apesar do prólogo acima parecer óbvio, ele condiz exatamente com nosso subconsciente de homem da idade média, extremamente participativo em nosso comportamento atual.

Outro dia em um bar numa festa fui testemunha do que vos escrevo, havia na ocasião um nobre colega representante da classe dos machos normais ( amante de cerveja, mulher, mais mulheres ainda..., prostíbulos,...) ou seja, um cara comum. No início, o caro colega cortejava sua prenda preferida dando-lhe rosas e promessas de quarto de motel, e entre uma rosa e outra um drink para aflorar a paixão e tornar a frígida conversa mais libidinosa, e eis que, após algumas tequilas e dois míseros copos de chopp o caro colega tornou-se apenas um pobre animal indefeso perante a truculência dos seres femininos.

O rapaz (BÊBADO) ainda tentava FICAR DE PÉ e galantear sua Julieta amada, neste instante aparece do nada uma enorme fêmea predadora que em poucos segundos dominou o já alcoolizado amigo e foi dando beijos dignos de finais de novelas, isso tudo ocorria bem nas fuças da outra que até a alguns minutos recebia rosas e cantadas.

“Elas são extremamente rápidas, assemelham-se a leoas ardilosa, sequer possuem algum  fair play quando o assunto é caçar machos” – Pensei.

...Depois de alguns ósculos calientes e outros copos, a voraz caçadora estava já com uma outra presa em suas fortes garras saciando-se...

-Fecho essa piléria voltando ao prólogo, e afirmo:

 -O homem é antes de tudo um indefeso picareta, frágil, redutível e exacerbadamente passional por natureza e instinto, diferentemente do ser feminino que antes tudo usa, “apenas usa” a carapuça de delicadeza e candura sendo de fato um ser metódico, frio e calculista no campo do romance.





sábado, 13 de agosto de 2011

De bem cedo

Compassado da alma firme, armada, forte...
Um tostar de sol equatorial com mormaço empoeirado
Já de gasto chapeu e chinelo andado
Mimetizando a folha vermelha dos pés ao barro

Uma mira de vista flechada
Uma grauda foice de taio amolado
Espaia o peito raigado amostrar queimadas
Da terra sacros segredos nela fincados

Um goipo quente na venda
Ele vê serenar -lhe a pele ríspida
Disposto assim que o sol recolher da noite o lençol
Voltar no caminho da fazenda

sábado, 6 de agosto de 2011

Falo nada." Um samba pra passear "

Ah! Aquele... se a visse com ele
Se visse ela nele
Ah! Aquele...
Se eu visse
Ah! se ela vestisse ele
Disse:
Vem pra rua nele
Ah! Aquele...
Se nele ela visse
Bela, malícia...
Ela vestido nele.
"Delícia"

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Recife universal ( Mombojó )


Os rapazes fazem parte do clube seleto de músicos que transformam todos veios culturais em sons que transcendem à própria música,
eu chamo isso de música cinematográfica ou multisensorial, isso mesmo meus compadres, a sensação que sem tem quando o caboclo ouve mombojó é de estar inserido em ambientes (cenário) fazendo uso de todos os sentidos, simplesmente a sonoridade e hipnotizante e as letras parecem ter nascidas de uma "conversa de beira de calçada" após algumas garrafas vazias e uma gostosa e famigerada dor de corno ( eufemicamente chamada de desilusão amorosa ).
Além de tudo isso, há ainda de modo impressionante um regionalismo que dialoga hábil e sinceramente com o discrepância cultural característica do nosso país , isto é, apesar do sotaque de Recife, a banda poderia ter qualquer cidadania tupiniquim . 

Cabidela
Composição: Felipe S. e China

Tudo vermelho
Os meus olhos pegando fogo
Minha paciência encardida, meu sufoco
Eu já quebrei o espelho
Terminei meu namoro
Tudo vermelho de novo
Tudo vermelho
Os meus olhos pegando fogo
Minha paciência encardida, meu sufoco
Eu já quebrei o espelho
Terminei meu namoro
Tudo vermelho de novo
A minha cor é uma só
Sozinha perdida em meus lençóis
O tempo fechou pra mim
Eu a fim que o mesmo se vá
Não quero ter você em mim
Nem me esquentar
Não quero te sentir







quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Espaço Camelo



(...) - bem, como vai você? levo assim, calado
de lado do que sonhei um dia
como se a alegria recolhesse a mão
pra não me alcançar

poderia até pensar que foi tudo sonho
ponho meu sapato novo e vou passear
sozinho, como der, eu vou até a beira
besteira qualquer nem choro mais
só levo a saudade morena
e é tudo que vale a pena

Um bar e uma tarde no fim.

Eu vou
acredito sem fé nenhuma
nessa maravilha de paixão
quer ela ainda o que não sei
só me entrego em futuro
ela me apetece com a confusão do coração
dela e meu
eu quero o tempo
o tempo todo é dela
eu nada
ela eu.

paz,
os finais de tardes com o sol no nosso colo que nós escrevemos
música
e a beleza viva das conversas nossas
clareada pela cor laranja
...
isso espero nunca chegar ao fim.

Mais uma garrafa de vinho bom e barato



O mais cristalino e divertido dos homens, é assim que encaro C. Bukowski e sua alma comum  sem características humanamente especiais, transbordante de anedotas incômodas que retratam a felicidade real que permeia o grande e o pequeno, o bom e o mau...
 sua poesia é uma minuta, um anteprojeto do "macho jurubeba" proclamado por Xico Sá e exalta o homem trivial à nossa personalidade salomonica,
um velho pertinente e zombeteiro reduz a infelicidade a um prato corriqueiro e suave, uma vez que toma uma com a melancolia e dança tango com a folia,
  lecionando sobre sinceridade sorridente presente na desgraça e tornando amena a dor com uma escrita irreverentemente mórbida.
Sucintamente Bukowski é um autor de belas obras na forma de disparates socio-comportamentais.

cupons

cigarros umedecidos por cerveja
da noite passada
você acende um
se engasga
abre a porta em busca de ar
e junto à entrada
está um pardal morto
sua cabeça e seu peito
arrancados.

pendurado à maçaneta
há um anúncio da All American
Burger
que consiste de alguns cupons
que
dizem
que na compra
de um hambúrguer
de 12 de fev. a 15 de fev.
você ganha de graça
um pacote de batatas
fritas médio e um
copo pequeno de coca-cola.

pego o anúncio
embrulho o pardal com ele
levo até a lata de lixo
e despejo lá
dentro.

veja:
renunciando a batatas fritas e coca
para ajudar a manter
minha cidade
limpa.


terça-feira, 2 de agosto de 2011

Uma nota para estatística

Cidadão
Vamos fingir
só precisa fechar os olhos
só precisa fechar as janelas
só precisa continuar, continua
só precisa ficar quieto
ser aguado
segue
surdamente, siga!

- foi isso o que a cidade me disse
quando um homem de treze anos me assaltou bem na cara dela.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

De vários modos sou o mesmo

Tampouco a melhor que tivera te deixou de modo tal;
Nem igualha sequer da tua, muito menos a maior das afeições vividas, nada, nem vinho e nem lua.

Doravante, normas não há mais, somente o instinto...

Aptidão inata.

Qualquer um

Desanuviar,
De leve se deixar ir,
Pra fora de si, ser.
Andar, andar até ver.
A porta derradeira abrir,
Pronto enfim,
Chegar.
Chega a pairar.
Para de sentir,
À mesa,
Acorda, café.
Sair...

No intervalo de nós

Lá em cima
Espero
O gosto de saliva sua.
A sua testa a suar
Nossas respirações...
Ladeira da vida amor
É a "Ladeira da vida".
Deixa que eu te mostro
Deixa que eu vou mostrar você
O amor espera a gente lá em cima da ladeira
O amor tá lá em cima esperando a gente subir
Pode deixar que até lá eu levo nós dois.
Por agora prapara o acaso...
Espera.

Paciência torta

O desencontro encantado da vida, do tempo...
Eu febril de raiva por andar e ter que voltar,
Parindo sonhos,
De tão longe que chega a doer,
Ando de forma enviesada ,
Molhando cinzas grassantes de saudades,
Esperando que a chama arda de maneira mais sutil,
Com olhos avermelhados que quase falam,
E a boca ao pé de um grito, que sussurra para o futuro: - ajuda - me bom desconhecido.

Ainda na mesa há felicidade

Hoje devia ter carnaval
Uma mulher nua numa garrafa de conhaque
Uma noite calma
Todos os meus amigos com discursos de lembranças amorosas
E eu no infinitivo frio
Analisando e opinando sobre o sinismo machista e necessário
Complementando a circunspeção do cenário: eu, a sensatez e uma qualquer louca
Sorrindo do agonia sincera
-Esse tipo de agonia define tudo o que somos, ou seja, é o fator principal que molda nossas almas.
Tudo seria perfeito, não fosse a pergunta inconveniente que sempre com a qual volta e meia me esfaqueio
Como vim parar aqui?